segunda-feira, 14 de abril de 2014

Eu gosto quando a tristeza ecoa. Ela me pega pelas mãos e me leva para longe como se nada fosse perdido, como se nada fosse passado. Toda agonia, lágrimas, desespero, a nostalgia que sinto numa música ou um cheiro que traz a tona tudo o que vivi, tudo vale a pena.
O que seria de nós se não fossem as lembranças?
Tudo seria esquecido, o beijo proibido, o sorriso escondido, a saudade que apertou, o abraço que tanto acalmou. A lembrança que vem de um fim de tarde, um cheiro, uma voz, um vento norte que me faz tremer, me lembra do dia que senti frio e um braço quente me protegeu de tudo. É ela, é a lembrança quem faz tudo valer a pena, tudo o que foi ruim em um dado momento, vira bom, me faz sentir viva por ter sentido dor. Porque não existe dor mais intensa e bonita que a de saudade e de amor.



Borghetti, Maísa.