quinta-feira, 13 de novembro de 2008

O dia do casamento - Capítulo XXII








-Precisamos conversar Apolo.
-Nem precisa falar nada.
-NÃO?
-Não eu já sei de tudo.
-Eu posso explicar.
-Então explica.
- E-eu sei que não tenho o direito de fazer ninguém sofrer e...
-Vamos direto ao ponto... Meu amor.
Luiza chora desesperadamente, ela percebe frieza no olhar de Apolo.
-E-eu não consigo.
-Pietro.
-O que?
-É isso mesmo que você ouviu. Pietro.
Os dois ficaram quietos, só se ouvia os sussurros de Luiza. Medo misturado com arrependimento. Apolo quebrou o silêncio.
-Você pensa que eu sou idiota. Por que se casou comigo se não é a mim que amas?
-Mas eu te amo
-Ama nada, se me amasse não me faria sofrer. Será que... Luiza você jogou fora todos esses anos que passamos juntos.
-Como assim eu joguei fora?
-Acha que ainda quero viver uma vida ao seu lado? Uma pessoa que mentiu pra mim esse tempo todo?
-Mas Apolo...
-Mas nada Luiza.
Apolo sai, vai dar uma volta para espairecer um pouco. Luiza fica em casa não liga pra ninguém como sempre faz, não procurou ajuda só consegue pensar na burrada que cometeu.
Por volta das 20h Apolo volta para casa.
-Apolo. Vamos conversar.
-Conversar?
-Sim, precisamos conversar.
- Ah, você está vendo só do jeito que eu fiquei e que tudo ficou Luiza?
-Me perdoa Apolo, por favor!
-Luiza.
-A nossa casa, nossas coisas, tudo tem nosso jeito, nosso cheiro. Por favor. Me abrace simplesmente, não fale, não lembre,não chore, só me abrace.
-Luiza não dá, eu te amo mas você me enganou. Disse me amar esse tempo todo sendo que sua cabeça está em outro.
-Não é bem assim.
-ENTÃO É COMO?
-Amor, pensa em todos esses anos que ficamos juntos, nesses meses de casamento.
-Você pensou nisso quando foi se jogar nos braços de Pietro?
-Você fala como se eu tivesse te traido.
-E não?
-Não.
-Traição não é só quando dois lábios se encontram. Não é isso que você sempre diz?
-Você está sendo muito radical.
-Às vezes é preciso ser radical e às vezes não é ser radical, é apenas enchergar a realidade de uma forma que nem todos tem coragem de enchergar.
-Você está usando minhas palavras contra mim.
-Foi isso que aprendi com você. Sai da minha vida.
-Não Apolo. A gente pode virar o jogo. Vamos conversar.
- Seus olhos vivem dizendo o que você teima em querer esconder.
-PÁRA APOLO. Eu te amo.
- Não precisa iludir nem fingir e nem chorar. Não precisa dizer o que eu não quero escutar.
-Pára de cantar as músicas que um dia eu cantei, de dizer palavras que um dia eu disse.
-Se é por falta de adeus não precisa mais ficar.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O dia do casamento - Capítulo XXI



-Luiza, você está feliz?
-Claro Apolo, por quê?
-Por nada amor. Só quero saber, eu quero te ver feliz.
-Eu estou feliz. Casamo-nos e era isso o que mais queríamos.

Luiza se sente mal por mentir, mas sabe que é tarde para voltar atrás, não via outra saída a não ser, tentar ser feliz com Apolo.
Apolo conhece Luiza e não acredita que ela esteja realmente feliz por ter se casado, ele sabe que está faltando alguma coisa, mas não sabe o que é.

-Tudo bem ela sempre foi muito apegada à mãe, mas não era pra reagir dessa forma. Ela está muito distante isso não é normal Adones.
-Conversa com ela Apolo, pergunta o que está acontecendo, o que está faltando. Se não o casamento de vocês não vai muito longe.
-Não fala isso nem de brincadeira, eu amo aquela mulher.

Apesar da dúvida, Apolo sabia o que estava acontecendo. Ele conhecera mais Luiza do que ela mesma, e sabe quando ela está falando a verdade, quando está triste e feliz, quando quer ou não algo. Apolo sentira medo e pensara em deixar essa história de lado. “Se ela não estiver feliz, que chegue a mim e fale” pensava ele, mas não conseguia ser egoísta ao ponto de fingir que nada estava acontecendo. Mesmo depois de alguns meses de casado, resolveu procurar ajuda e saber o que estava acontecendo. Procurou Sophia.

-Mas no dia do nosso casamento quando ela foi até sua casa, ela não disse se estava feliz, não disse nada?
-No dia do casamento de vocês?
-É Sophia, você não estava muito bem, lembra?
-Não. Quer dizer, lembro sim.
-Lembra mesmo?
-Sim lembro. –Sophia percebe que Luiza inventou uma boa mentira para Apolo.
-E então?
-Ah. Então ela comentou sim que estava feliz porque finalmente deu certo.
-Só isso?
-Conversamos pouco tempo.
-Ta bom Sophia, até logo- Diz Apolo desconfiado.
-Até.

Sophia liga para Luiza imediatamente para perguntar o que aconteceu.

-Você diz que estava na minha casa e não me conta nada, você é louca?
-Mas eu pedi para o Pietro te avisar.
-Ele não me avisou.
-Eu mato ele. Mas deu pra disfarçar? Apolo percebeu alguma coisa?
-Acho que não, não sei.
Apolo desconfiou sim e decidiu apurar os fatos. Foi atrás de mais informações e conseguiu.
-Oi meu amor, trouxe alguns chocolates pra você, sei que você gosta.
-Ah, obrigada.
-Dormiu bem?
-Aham. E você?

“Luiza estava fria como nunca esteve antes, ela sempre foi uma pessoa carinhosa comigo, sempre olha nos meus olhos quando conversamos. Tem alguma coisa errada”, pensa Apolo.

-Estou bem sim. Hoje foi cansativo no trabalho, muita coisa pra fazer, muita gente faltou e pra piorar o chefe estava lá ...
-Ata. Vou preparar o jantar.
-Trouxe um vinho para nós.

Luiza deu as costas e foi preparar o jantar, ela não conseguia olhar para Apolo, ele sempre foi uma ótima pessoa, fiel, companheiro, amigo, uma pessoa que não merece ser enganada. Luiza decide contar toda a verdade.