sexta-feira, 29 de julho de 2022

Solidão ou Saudade?

O que é solidão? O que é estar só?

Eu costumo dizer que sentir-se só é estar em um lugar com 100 pessoas, e sentir que não tem ninguém com você. É ser legal, educado, simpático, conversar, e ainda assim sentir que você não faz parte daquele lugar.

Eu sempre me questiono se estou no lugar certo e até mesmo no planeta certo. Será que era aqui mesmo o meu pouso? 

Não sei, mas sei que quando o Gary estava nesse plano junto comigo, eu sentia que eu tinha um motivo para estar aqui. E agora sem ele, como eu faço pra me sentir parte desse ambiente chamado "planeta terra"?

segunda-feira, 18 de julho de 2022

Você já parou para pensar o quanto é estranho você estar aqui, lendo um texto qualquer de uma pessoa qualquer?
Talvez o mais estranho aqui seja eu, escrevendo para ninguém.
Desculpe se te ofendi, é que eu nunca imaginei que você realmente fosse ler isso... Enfim.

Esse blog nasceu com o intuito de ser secreto, páginas e mais páginas de uma vida adolescente, paixões não resolvidas, sonhos eternos e muita viagem. Nem tudo que se lê por aqui é real, tem dias que eu também me pergunto se as coisas são reais ou se foi um texto inventando... Não que eu me esforce para descobrir, às vezes é bom viver com um pouco de mistério.

Em um mundo capitalista, cheio de coisinhas e seus acessórios, onde tudo pode ser reproduzido e copiado exatamente igual ao original, mesmo sendo falso. O que é real?
Nossos desejos são reais?
Nossos corpos são reais?
Nossas vidas, são reais?
Nosso dinheiro, que ganhamos com esforço de um trabalho tão almejado, é real?
E o trabalho, tão almejado, tão sonhado, era só um sonho mesmo?

(nesse momento, pause, reflita e sorria)

... depois a gente continua.

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

Lidar com a morte significa, todos os dias, entender que uma pessoa que existia não existe mais.
E isso dói pra caramba.

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Quem sou eu?

Tenho 21 anos e sempre minto que tenho 18. Não porque foi a melhor fase da minha vida, mas por uma questão de auto estima mesmo. Quando pequena odiava meu nome, minhas orelhas e meus olhos. Sempre que vejo um pé de fora conto quantos dedos tem.
Não gosto quando falam de boca cheia, odeio o barulho que as pessoas fazem quando comem (inclusive eu), odeio bipolaridade, perfume doce, banana com comida e matemática.
Não gosto de sucrilhos e sorvete e não vejo nada de anormal nisso, é um assunto que me cansa, não deveria ser julgada por não gostar dessas coisas. 

Tenho medo de altura, roda gigante, alienígenas e barata, baratas me fazem desviar o caminho.
Uns me chamam de fresca, marrenta, cricri, arrogante, simpática, pirracenta, mimada, chata, fofa, meiga, doce, um anjo, princesa. Meu namorado me chama de linda e meiga, minha mãe diz que sou radical e exigente, meu pai diz que sou fio desencapado que liga a máquina de fazer doçuras. Eu não sei na verdade quem eu sou, mas sinto que sei que sou um tanto bem maior. Aprendo muito ouvindo música. Absorvo tudo o que ouço e me reconstruo todos os dias.
Romântica e maluca por chocolate, gosto de música indie e shows baratos. Meu objetivo é não passar pela vida e sim vivê-la, dica do ilustre Charlies Chaplin. Amo também Chico Buarque, Machado de Assis, a Voz do Vinicius e a melancolia de Vento no Litoral, do Renato.

Já tive um leão, tenho um blog secreto que não é segredo para ninguém, quero ter um macaco-prego, juro que minha geladeira é grande o suficiente para eu criar um pinguim, sonho em conhecer Veneza e ver cangurus.
Releio sempre que posso os textos que me foram dedicados, principalmente os de meu pai. Cada música que ouço tem um gosto diferente, um dia diferente, uma fase, uma lembrança doce ou amarga. Tem música que amo tanto que não ouço sempre que é para não enjoar.
Às vezes fico triste, mas geralmente sou alegrinha, triste é viver só de solidão. Aprendi que curtir a tristeza faz parte da vida, me ensina a crescer. Já cresci e mudei muito ouvindo música, foi ela quem me fez aceitar o que sou, a usar batom vermelho e as roupas que eu gosto.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Quando entrei na sala ela estava lixando as unhas do pé. Peguei o copo de cima da estante e sem levantar o rosto ela disse "já peguei água", coloquei o copo de volta e sai.
Todas as noites eu pego água para ela, mas ontem ela não quis.
Sentei no sofá e senti seu cheiro, não sei como ela consegue ter aquele cheiro tão gostoso, parece morango, ou outra coisa que cheira bem. Deve ser o creme cor-de-rosa que ela passa.
Olhei para ela mas não vi o seu rosto, o cabelo molhado o cobria me impedindo de contemplar sua beleza, e quando ela se levantou eu disfarcei olhando para a TV, ela deitou e se cobriu, estava brava.
Me deitei e virei, assisti um programa qualquer procurando diversão e ri para fingir que estava bem, na verdade eu nem me lembro o que estava passando só queria mesmo fingir que eu não me importava, tolo que fui.
Ela adormeceu antes que eu pudesse sentir seus lábios, aquela noite tão fria quanto estar na neve só de bermuda.



Borghetti, Maísa.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Por um mundo com mais amor

Onde é que mora o problema em amar e ser amado no século XXI?
Em fazer cartas românticas, loucuras de amor, perder tardes inteiras pensando num presente que faça o outro sorrir?
Qual o problema em gostar das coisas mais simples, mais românticas, mais sensíveis?
Eu, por exemplo, se ganhar um céu estrelado já está de bom tamanho. O que pode ser melhor que um céu estrelado?
Eu olho para cima ele me sorri, e eu devolvo o riso rindo, e se olho para o lado todos riem de mim e dizem "o céu não pode ser seu." como se realmente não pudesse.
O que será de mim se pensar que o impossível não me pertence? Me pertence quando eu quero que pertença.
E o céu me pertence, eu ganhei.
Quando pequena eu tinha um leão, ele morreu, e eu sempre choro quando conto essa história. Algumas pessoas acham fofo, outras me olham com reprovação como quem diz "você não tem mais 7 anos para dizer que o leão é seu." e eu nem ligo, o leão era meu, era todo meu. Eu o visitava sempre que meu pai me levava, penso que se hoje ele ainda estivesse vivo eu o visitaria todos os finais de semana.
Por que você não me levava para ver o Greg todos os finais de semana papai?
Quando eu tiver uma filha lhe darei uma árvore, e ela terá para sempre sombra e descanso. Se puxar à mim vai passar horas e horas escrevendo coisas tolas e escondendo dentro do caderno, não na última folha, mas nas do meio que ninguém nunca procura.
Ou um rio, e ela nunca se sentirá sozinha.
Para onde foi a sensibilidade e a esperança das pessoas?
Ou teriam se tornado humanos de mais e sensíveis de menos?
Esconderam os musicos, os poetas, os apaixonados. E o que restou? Músicas para os pés e só?
Amores sem sentido? Namoros sem paixão? Tardes acompanhadas, e frias?
"Andar de bicicleta é passeio de índio, isso eu fazia quando era criança com meus pais." é o que ouço para todo lado. Não se faz mais amores como nas músicas de Chico e Tom, as que cresci ouvindo e esperei por tanto tempo.
Se encontrei a minha metade é porque procurei, me fiz ser, o fiz ser ou o que?
Me sinto fora dos padrões, sou romântica de mais, dizem que o mal é da idade.
Entenda, só se pode amar e fazer cartas, loucuras, ser apaixonado até os 25, depois disso esqueça. Você não deve demonstrar afeto.
Ah, quero cervejas que embalem sambas e olhares apaixonados no fim da noite, deitados no chão olhando o céu ouvindo aquela música que toca só dentro da nossa cabeça. 
Com pedaços de papel entregues à alguém com açucar, com afeto. Essa modernidade toda está acabando o que chamamos de romantismo, o último romântico está cada vez mais perto.
Por um mundo menos moderno, um caderno e um lápis apontado.




Borghetti, Maísa.

quinta-feira, 31 de julho de 2014

Quem é você?

Agora eu te pergunto,
Quem é você que me faz ser delicada?
Que me faz ser "menininha fofa"?
Quem é você que cuida de mim feito uma criança?
Quem é você que consegue me deixar a vontade mesmo quando estou fora de casa?
Quem é você que me tem todos os SIMs e sabe a hora certa de me dizer não?
Que tem coragem de me abraçar quando estou brava com você?
Quem é você que me tirou todo o medo de ser feliz?
Que me fez ser quem eu sou, que me faz ser eu mesma?
Quem é você que me deixa dublar um cantor famoso descontroladamente no trânsito?
Você morre de vergonha de me ver cantando, e ao mesmo tempo sorri. Por quê? 
Quem é você que me faz perder o sono de tanta saudade que sinto quando fico 3 horas sem te ver?
Quem é você que me abraça forte porque chegou a hora de ir pra casa, e aliviado diz sorrindo "até amanhã"?
Quem é você que roubou meus pensamentos em tão pouco tempo?
É amigo? Namorado? Noivo? Futuro marido? É tudo isso junto?
Eu sei quem eu sou, mas e você?
Eu não sei, e quer saber? Não quero nem saber.
Inflo o peito feito um pombo e te digo quem você é agora, e quem vai ser para sempre.
Você é a coisa mais bonita com quem eu já vivi, e quero te ver sorrindo pelo resto de nossas vidas.




Borghetti, Maisa.